TEXTO I

Encriptação e acesso judicial

A questão ético-moral levantada pela companhia [Apple] é no sentido de que, uma vez compelida a escrever um código desses, nada impediria o governo de solicitar outros para ligar o microfone do aparelho e ativar a câmera em atenção à necessidade de vigilância; ou acessar o GPS localizador do usuário diretamente; ou obter dados privados sobre saúde, finanças, negócios, etc.; ou que novas empresas do ramo fossem constrangidas a criar os mesmos mecanismos; ou, ainda mais grave: não se poderia refrear criminosos e hackers de aproveitarem estes recursos. (…) A solução da disputa interessa a mais de um bilhão de pessoas que arquivam em seus aparelhos informações de valor como senhas bancárias, dados de carteiras digitais, códigos de acesso às suas residências; ou confiam tais informações ou outras igualmente comprometedoras a conversas privadas ou a aplicativos. Os hackers, terroristas e criminosos se beneficiariam da quebra de segurança pela impossibilidade lógica de que uma backdoor só fosse usada pelas autoridades legitimadas. (…) O presidente Barack Obama participou, há poucos dias atrás, da South by Southwest (SXSW) festival, onde se manifestou a respeito da questão da encriptação de dados. Após exaltar a importância da privacidade e da criptografia (especialmente nos sistemas governamentais, como o controle aéreo de tráfico), Obama disse: “Se é possível tecnologicamente fazer um aparelho impenetrável ou sistema no qual a encriptação seja tão forte que não haja chave, não há qualquer porta, então como nós apreendemos um pornógrafo infantil, como nós solucionamos ou interrompemos uma conspiração terrorista?”

(http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI236262,81042-Encriptacao+e+acesso+judicial)   Acessado em 04/05/2016.

 

TEXTO II

Privacidade no WhatsApp

O Whatsapp anunciou na quarta-feira 19 que passaria a criptografar as mensagens dos seus 600 milhões de usuários para evitar que as conversas fossem espionadas. A criptografia já foi ativada para a plataforma Android e logo deve chegar aos outros sistemas móveis. O criador do WhatsApp, Jan Koum, disse que seu compromisso com a privacidade do usuário vem da sua juventude, na Ucrânia, então ainda na União Soviética. “Cresci na URSS durante os anos 80. Uma das minhas memórias mais fortes é de uma frase que eu sempre ouvia minha mãe dizer ao telefone: ‘Essa não é uma conversa para o telefone, depois te digo em pessoa’. O fato de não podermos falar livremente, sem temer que nossas comunicações fossem interceptadas pelo KGB, fez parte da nossa decisão de emigrar para os Estados Unidos quando eu era adolescente”, disse Koum. (...) A robustez da criptografia pode suscitar desconfianças, como a do governo britânico, que disse que aplicativos como o WhatsApp e serviços como o Twitter ajudam grupos extremistas a se organizarem e a angariar novos membros. Koum descarta a crítica. “Ninguém deve ter o direito de espionar, sob o risco de criarmos Estados totalitários.”

(http://www.cartacapital.com.br/revista/827/privacidade-no-whatsapp-8812.html) Acessado em 03/05/2016.

 

TEXTO III

WhatsApp foi bloqueado no Brasil por 72 horas por determinação judicial (…)

“Obrigar o WhatsApp a manter o conteúdo de mensagens e gravações seria o mesmo que obrigar as telefônicas a manter conversas gravadas o tempo todo. É inviável operacionalmente e, ao mesmo tempo, pode violar o direito de privacidade. Por outro lado, o Marco Civil da Internet obriga a guardar o relatório das entradas e momentos das conversas. Talvez a solução seja o meio termo”, afirma Alexandre Zavaglia Coelho, diretor executivo do IDP São Paulo e especialista em tecnologia e inovação.”

(http://www.jaguariaivaagora.com.br/2016/05/whatsapp-foi-bloqueado-no-brasil-por-72.html) Acessado em 04/05/2016.

 

TEXTO IV

Por que EUA e Apple estão em guerra sobre o desbloqueio de um celular?

Trata-se simplesmente de uma disputa para recuperar informações de um Iphone usado pelo atirador ou, de forma mais ampla, de uma luta que afeta os direitos de privacidade dos cidadãos que utilizam o principal produto da Apple? Estamos falando de lucros ou de patriotismo? (...) “O governo pode argumentar que seu uso seria limitado a esse caso, mas não há nenhum modo de garantir esse controle”, disse Cook [CEO da Apple, Tim Cook], e acrescentou: “Em última análise, tememos que esse pedido possa prejudicar as liberdades em geral e a liberdade que nosso governo deve proteger”.

(http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1741781-por-que-eua-e-apple-estao-em-guerra-sobre-o-desbloqueio-de-umcelular.shtml)

 

OBSERVAÇÕES:

1. Seu texto deve ter, obrigatoriamente, de 25 (vinte cinco) a 30 (trinta) linhas.

2. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.

3. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista, sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.

4. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.

5. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos: – texto com qualquer marca que possa identificar o candidato; – modalidade diferente da dissertativa; – insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais; – constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos; – fuga do tema proposto; – texto ilegível; – em forma de poema ou outra que não em prosa; – linguagem incompreensível ou vulgar; e – texto em branco ou com menos de 17 (dezessete) ou mais de 38 (trinta e oito) linhas.

6. Se sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta e uma) e 38 (trinta e oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau zero.