Um estudo feito pelo Banco Mundial, divulgado nesta segunda-feira, 9, pelo jornal Folha de S.Paulo, revelou que a desorganização e a ineficiência prejudicam mais o Sistema Único de Saúde (SUS) do que a falta de dinheiro.
Embora reconheça essa falta de organização, o governo aponta avanços nos últimos anos. Especialistas, gestores e os próprios governos costumam citar o subfinanciamento como um dos principais motivos para os problemas do SUS.
De acordo com o estudo do Banco Mundial, mais da metade dos gastos com saúde no Brasil se concentram no setor privado. Além disso, o gasto público, que é de 3,8% do PIB, está abaixo da média de países em desenvolvimento.
Apesar disso, o Banco Mundial afirma que é possível fazer mais e melhor com o orçamento disponível. “Diversas experiências têm demonstrado que o aumento de recursos investidos na saúde, sem que se observe a racionalização de seu uso, pode não gerar impacto significativo na saúde da população”, ressalta Magnus Lindelow, líder de desenvolvimento humano da instituição no Brasil.
Estudos apontam, por exemplo, que os hospitais poderiam ter uma produção três vezes maior com a quantidade atual de insumos.
Outra questão no Brasil é que grande parte dos pacientes que procuram as emergências dos hospitais poderia ser atendida em unidades básicas de saúde, devido ao baixo risco. Isso poderia diminuir a pressão na rede hospitalar.
Magnus Lindelow ressaltou também a necessidade de investimentos em “capacitação, criação de protocolos e regulação de demanda que permita o acesso a especialistas, exames e cirurgias”.
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/desorganizacao-afeta-mais-o-sus-do-que-falta-de-verba/
