INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "A influência da tecnologia na atividade policial: vantagens e riscos"

 

Texto I

A tecnologia no combate ao crime

A globalização fez realmente a Terra girar. Consolidou a interligação entre países pelo livre comércio e numa velocidade antes não vista. Muitos muros foram derrubados, e o mundo seguiu o seu processo de transformação. A área do conhecimento foi uma das mais beneficiadas e se desenvolveu amparada nos avanços tecnológicos, do computador à internet, passando pelos smartphones e livros digitais.

Se, de um lado, a globalização propiciou mudanças de paradigmas e o encurtamento de distâncias, do outro trouxe consequências negativas. Um dos problemas foi oportunizar uma maior estruturação do crime organizado pela transposição das fronteiras dos países. Este não prescinde da utilização dos modernos sistemas de comunicação, dos difusos meios de transporte e do amplo sistema financeiro internacional.

Antes restrito a uma determinada região e com arcabouço minguado, ganharam musculatura e expandiram seus negócios ilícitos, tendo algumas organizações se tornado multinacionais do crime. Assim, o tráfico de drogas, a pirataria, o tráfico de pessoas, os crimes virtuais e a lavagem de dinheiro são modalidades que insistem em desafiar as polícias pelo seu caráter transnacional.

Para lidar com essa nova realidade criminosa que dificulta bastante rastrear seus movimentos, identificar seus integrantes e obter provas, a tecnologia se apresenta como um dos instrumentos necessários e facilitadores à atuação investigativa policial. Quando se fala em "inteligência", a ideia deve associar a tecnologia à expertise policial.

Ao longo dos anos, várias profissões foram favorecidas pelo progresso tecnológico, citando a medicina e a engenharia. Assim, a polícia não pode ficar atrás. Muito cobrada e com pouco efetivo, nunca a tecnologia foi tão importante para racionalizar o trabalho e otimizar os resultados. De pronto, os proveitos poderão ser sentidos com a redução de pessoal, celeridade de tarefas complexas, evitar desperdício de esforço, estabelecer controles, e conseguir penetrar em locais desconhecidos, inóspitos e intransponíveis.

Existem muitas organizações criminosas atuando pelo mundo, e o Brasil não seria uma exceção. Estão espalhadas pelos Estados brasileiros explorando atividades ilegais e algumas guerreando entre si na busca de fortalecimento e mais dinheiro sujo. Como a letargia pode impactar no aumento da criminalidade, as polícias deverão ter a seu dispor as ferramentas e os equipamentos que auxiliem à produção do conhecimento.

A segurança pública não pode deixar de surfar na onda da tecnologia, devendo se aproximar do que existe de melhor em software e hardware.

Com isso, possibilitará a formação de robustos bancos de dados, elaboração de perfis de criminosos e suas organizações, cruzamento e análise de dados com mais profundidade, obtenção de estatísticas, e permitir uma visão sistêmica que contextualize a segurança pública, dentre outros aspectos.

E o custo? É muito menor que os ganhos da sociedade com uma polícia mais preparada para enfrentar uma criminalidade crescente que tanto incomoda a todos.

Fonte: https://extra.globo.com/casos-de-policia/papo-federal/a-tecnologia-no-combate-ao-crime-17618782.html

 

Texto II

 

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, disse hoje, na 10ª edição do Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, que é preciso ações de inteligência e uma integração da segurança pública nacional para combater o crime organizado.

 

“O desafio é grande, a missão ao mesmo tempo em que traz todo esse desafio, nos estimula e tentar trazer mudanças efetivas. O que nós estamos fazendo de modo específico no ministério? Estamos buscando, revisando todo o nosso portfólio de investimento de segurança, saindo daquele mecanismo arma, colete e viatura - não que isso não seja importante - mas para sistemas, eu preciso de sistemas que me façam transformar dados em inteligência, inteligência em conhecimento e em ação efetiva com resultado”, disse Mendonça.

 

“Não adianta nós pensarmos que vamos combater esse crime com um 38 na mão, um opala novo - como nós tínhamos 30 anos atrás -, não. É com inteligência, é com informação, é com comunicações efetivas”, disse. Segundo ele, é preciso estar à frente do crime organizado para combatê-lo e, para isso, é necessário integrar a segurança pública nacional. “Nós precisamos despolitizar o debate sobre segurança pública, não é situação e oposição, é o país e é a sociedade. Então investimento em tecnologia da informação, conhecimento, investimento em integração entre as forças de segurança.”

 

O ministro disse ainda que o crime organizado é transnacional e que se utiliza do sistema bancário, do sistema judicial e do sistema político. “Ele lava o dinheiro a tal ponto que se torna um negócio lícito e em determinado momento você já não consegue dizer o que é objeto de lavagem e o que é objeto de lucro lícito, a partir desse branqueamento de recursos.”

 

“Em suma, hoje o crime organizado é invertebrado, celular, não hierarquizado na sua organicidade e atua no que nós chamamos de uma estrutura em rede, onde você tira uma liderança, que nós nem conhecemos muito bem quem é, e automaticamente ela já se recompõe e o sistema continua a atuar”, avaliou.

 

Mendonça afirmou que a preocupação do país com terrorismo, lavagem de dinheiro e crime organizado não ocorre só em função da segurança pública, mas por causa “dos investimentos, da atividade econômica e da possibilidade e potencialidade do país ter um crescimento econômico sustentável, efetivo e vigoroso nos próximos anos”.

 

“Porque se nós não garantirmos isso [estado de segurança], o investimento que nós tanto precisamos continuará sendo um rescaldo daquilo que poderia vir para o Brasil. Nesse sentido, eu preciso que todos nós compreendamos que lidar com o crime dessa natureza demanda ações efetivas, enérgicas, rigorosas, intransigentes e capazes de dar uma resposta séria, rápida e com mudança efetiva da realidade que nós vivemos hoje”, acrescentou.

 

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-10/ministro-defende-uso-de-tecnologias-para-combater-crime-organizado