INSTRUÇÃO: Redija um texto dissertativo-argumentativo seguindo a norma padrão da língua portuguesa e com base na leitura dos textos motivadores sobre o tema: A situação dos animais silvestres no mundo contemporâneo.

 

Texto I

 

O mistério que envolve o caso do jovem picado por uma cobra naja kaouthia continua. O caso desencadeou uma investigação sobre um suposto esquema de tráfico nacional e internacional de animais silvestres e exóticos ; uma prática que movimenta até US$ 20 bilhões em todo o país, segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, no Brasil (Renctas). Devido à repercussão, a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou, ontem, e informou que acompanhará, de perto, o desdobramento da apuração policial. O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl segue em recuperação no apartamento onde mora com a família, no Guará 2, e pode prestar depoimento esta semana, em casa.

O tráfico de animais é a terceira atividade clandestina mais lucrativa do mundo, ficando atrás do tráfico de drogas e do de armas. No DF, somente entre janeiro e julho deste ano, 1.408 animais silvestres foram resgatados. No mesmo período de 2019, o número foi de 1.463, de acordo com dados do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). Aves, saruês e serpentes estão entre os bichos mais capturados.

Na avaliação de Líria Queiroz Hirano, professora de animais silvestres da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), o tráfico de animais é mais do que ganhar dinheiro. Envolve, segundo ela, uma questão cultural. ;Muitas pessoas sabem que algumas espécies peçonhentas, por exemplo, são proibidas no Brasil, mas, por acharem bonitas, por hobbie ou por exibicionismo, acabam aderindo a essa atividade ilegal;, frisou.

O crime de venda de animais silvestres está amparado na Lei 9.605 de Crimes Ambientais. A pena é detenção de seis meses a um ano, além de multa. Essa mesma penalidade vale para quem impede a procriação da fauna sem autorização, quem muda ou destrói o criadouro natural ou quem expõe ou vende espécies da fauna silvestre. A professora Líria Queiroz questiona. ;Nossa lei é educativa e é mais branda, de maneira que todos conseguem pagar. Contudo, ela educa apenas o cidadão comum. Para os traficantes, que receberam penalização por mais de uma vez e continua a insistir no erro, por exemplo, deveria ser mais rígida; afirmou.

O biólogo e superintendente de educação do Zoológico de Brasília, Alberto Brito, considera que muitos dos animais exóticos encontrados em solo brasileiro nascem no próprio país. ;Vamos usar como exemplo a naja que picou o jovem. Ela e outros animais podem ter nascido aqui, em cativeiro, e se reproduzido. Entretanto, isso gera enormes consequências ao meio ambiente, como a questão de saúde e o surgimento de novos vírus e bactérias, uma vez que esses animais são de outros países. Outra coisa que pode ocorrer é a extinção das espécies nativas; explicou.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2020/07/15/interna_cidadesdf,872187/como-funciona-o-cruel-e-lucrativo-mercado-de-trafico-de-animais.shtml

 

Texto II

 

Parece um ato generoso comprar uma ave recém-nascida ou um filhote de algum mamífero de aparência fofinha com o intuito de cuidá-lo pelo resto da vida. Mas, na verdade, esse é um ato cruel que carrega consigo uma série de crimes e maus tratos aos quais esses animais são submetidos. Assim como quem trafica, quem compra também comete crime.

O dado é alarmante. Oito em cada dez animais traficados morrem após serem retirados forçosamente da natureza. Os dois que sobrevivem, quando são vendidos, motivam os traficantes a retirarem novos animais da natureza para alimentar esse mercado marcado pelo sofrimento. As punições para quem comete esse tipo de crime vão desde multas até a detenção, dependendo da gravidade e do tipo de envolvimento.

A professora e coordenadora do Grupo de Estudos de Animais Silvestres da Universidade de Passo Fundo (Geas/UPF), Me. Michelli de Ataide, explica que o tráfico de animais é um crime cometido sem interrupção durante o ano, no entanto, nesta época, aumenta o tráfico de filhotes em função de serem mais fáceis de serem condicionados. Como dependem de mais cuidados e são mais frágeis, também são mais suscetíveis a morrer.

Os maus tratos ocorrem desde que o animal é retirado da natureza. Posteriormente, são transportados em condições precárias, geralmente em recipientes pequenos e superlotados, o que pode causar fraturas e até a morte. A alimentação inadequada e a posterior vida em cativeiros nem sempre adequados completam a sentença a que são condenados.

Os danos, no entanto, não se resumem ao sofrimento individual dos animais, que, por si só, já configura um crime. A retirada dos indivíduos da natureza diminui o número de espécies polinizadoras e disseminadoras de sementes. Altera ainda o equilíbrio ambiental, uma vez que as proporções entre presas e predadores ficam desreguladas.

Fonte: https://www.upf.br/noticia/tudo-que-voce-precisa-saber-para-nao-comprar-um-animal-traficado

 

Texto III

 

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Fonte: http://www.renctas.org.br/