INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "Caminhos para a garantia da equidade na educação no Brasil"
 
Texto I

 

A educação básica brasileira avançou significativamente nos últimos 30 anos, especialmente no que diz respeito ao acesso e permanência das crianças e adolescentes no Ensino Fundamental. No entanto, diante do desafio de incluir no sistema milhões de estudantes em tão pouco tempo, optamos por políticas educacionais massificadas, pouco efetivas diante de contextos de profunda desigualdade nas cidades e estados brasileiros e que se traduziram em escolas, muitas vezes, excludentes, pouco conectadas com seus territórios, com as identidades e interesses dos seus estudantes e com as necessidades de aprendizagem da sociedade contemporânea.

Esta realidade se reflete duplamente no Ensino Médio. Tanto em relação ao acesso e permanência quanto aos índices de aprendizagem, esta etapa se mostra um enorme desafio para o Brasil. E são muitos os fatores que contribuem para isso: modelo escolar essencialmente instrucional e fragmentado, conteudista, pobre em interações e pouco interessante para os estudantes; jornada escolar insuficiente; visão de curto prazo na gestão pública traduzida na descontinuidade crônica das políticas; e desarticulação da política educacional com políticas voltadas para a juventude que poderiam apoiar a escola na consecução de seus objetivos.

Neste contexto, a educação integral vem sendo construída pelo movimento brasileiro que ganhou força no final da década de 90, como uma concepção que se propõe a constituir políticas educacionais e práticas educativas inclusivas e emancipatórias. Ao reposicionar o estudante e seu desenvolvimento no centro do processo educativo, reconhecendo-o como sujeito social, histórico, competente e multidimensional, a educação integral tem contribuído para reconectar o sentido da escola e da educação na vida dos estudantes.

[...]

Este trabalho “Políticas públicas e gestão escolar para a equidade: Desenvolvimento integral no ensino médio”, lançado pela Associação Cidade Escola Aprendiz em parceria com o Instituto Unibanco, faz parte deste compromisso. O estudo lançou mão de bases acadêmicas e de experiências de escolas nacionais e estrangeiras para desenhar possibilidades nessa tríade Educação Integral-Equidade-Ensino Médio.

 

Fonte: https://educacaointegral.org.br/especiais/equidade-ensino-medio/especial/

 

Texto II

 

A realidade de cada um de nós é produto da construção do que acontece desde a infância nas salas de aula. Quem nos ajuda a formar nosso pensamento crítico, crenças e relacionamentos são nossos professores. O poder transformador da Educação passa justamente pela capacidade deles de se conectarem aos alunos com o objetivo de compartilhar o conhecimento. É a partir do professor que são construídas as futuras gerações e a equidade não será nunca uma realidade se não estiver integrada à visão e à prática dos docentes.  Por isso, o Instituto Península trabalha pelo resgate da valorização desse ofício. Os professores, que são os principais agentes de transformação da Educação, influenciam diretamente o desenvolvimento de uma sociedade e, consequentemente, de um país. Prova disso são nações como Finlândia, Coreia do Sul e, aqui na América Latina, o Chile. Todos esses países promoveram mudanças na Educação que resultaram em melhorias sociais e econômicas.

De fato, o ensino é um caminho para a equidade, mas é indispensável reconhecer a importância de quem ensina. Para que isso possa ser garantido, é imprescindível que a carreira docente seja valorizada, com incentivos para que os professores continuem crescendo como profissionais e indivíduos, assim como a segurança de um apoio multisetorial para lidar com a complexidade das nossas sociedades.

Acredito que formação de professores precisa ser revisada em toda América Latina. Como disse, o Chile já mostrou um bom caminho. A região está sendo vista como um continente estratégico se pensarmos que, entre vários fatores, temos uma reserva de 30% da água doce do mundo. Nossa população é jovem e vibrante e temos a oportunidade de propor novas formas mais sustentáveis de desenvolvimento. Estão nossos professores prontos para assumir essa visão que o mundo passa a ter da nossa região?

Percebemos que existe um viés inconsciente: Os professores estão sendo excluídos das conversas sobre o futuro. E que isso não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Portanto, como mudar o futuro se não convocamos os agentes que o constroem?

Posicionar a importância da docência, resgatar o prestígio e apoiar o fortalecimento da profissão são desafios que nós, do Instituto Península, depois de termos participado deste fórum, vemos com maior convicção e com mais vontade de resolver.

 

Fonte: https://institutopeninsula.org.br/a-importancia-do-professor-para-a-garantia-da-equidade/