Redes Sociais e Segurança da Informação

Em um mundo no qual a informação é um bem extremamente valioso, ganha pontos neste universo aquele que “tuíta”[1] mais rápido, compartilha o quanto antes as fotos no Facebook[2], dissemina conteúdo de maior relevância nos blogs, divulga primeiro as melhores informações tidas como “furo de reportagem” e  avisa instantaneamente os amigos onde está e o que está fazendo.

Esta convergência das mídias faz com que permaneçamos cada vez mais tempo conectados, interagindo com nossos amigos e contatos profissionais em tempo real através da Internet.

Como toda tecnologia, também há os prós e contras dessa “socialização digital”. Dentre as vantagens, podemos citar: amigos a um clique de distância; migração dos meios analógicos para os digitais; interação do mundo “real” com o mundo “virtual”; maior compartilhamento de conhecimento; usuário passa a ser emissor de conteúdo, e não somente receptor; grande volume de informações divulgadas em maior velocidade; uso da rede como ferramenta para mobilização social; e rastreabilidade da informação (é possível conferirmos o autor de determinado conteúdo, em determinado dia e horário, e quais reflexos da publicação desse material).

Porém, há também os aspectos negativos desse comportamento: excesso de exposição no mundo virtual; cyberbullying[3]; limites entre privado e público passam a ser cada vez mais difusos; confusão entre vida pessoal e profissional; reputação negativa na Internet; reflexos negativos no âmbito profissional; entre outros.

Devido à alta interatividade e conectividade de seus usuários, as redes sociais vem ganhando novos usuários a cada dia, e conseqüentemente, os problemas citados acima passam a ser cada vez mais comuns. Porém, o que nos chama a atenção é o fato destes reflexos negativos do mau uso dessas tecnologias originarem-se do comportamento de muitos profissionais que atuam justamente na área de Segurança da Informação.

Diariamente, deparamos com publicações no Twitter[4] de usuários que ao informarem o que estão fazendo naquele momento, também dizem o local exato em que se encontram, com direito a mapa e outros detalhes. Isto pode ser interessante se você quiser ser encontrado mais rapidamente pelos amigos com quem combinou um passeio, porém, lembre-se de que aqueles rotulados como “persona non grata” também irão localizá-lo com a mesma facilidade. E se você diz que está em uma agência bancária, por exemplo, passa a aumentar consideravelmente o contingente de ameaças a sua integridade física.

O uso desmesurado de aplicativos que inserem a sua localização geográfica no momento da postagem de seus “tweets”[5] é uma brecha de segurança, e mostra que você não se importa muito em ser localizado. O problema é ainda maior se você de fato é encontrado por quem não gostaria de ver, e também, se tais localizações contradizem com as informações que você forneceu anteriormente (exemplo: o funcionário que vai para um congresso pago pelo empregador, e “tuíta” a localização do bar em que se encontra, no mesmo horário do evento corporativo).

Sobre encontros desagradáveis motivados pelas redes sociais, recordo-me de um episódio ocorrido com uma parente, que divulgou no Twitter, em um sábado à noite, que iria sair com os amigos. Uma de suas amigas publicou no microblog o nome do local onde se encontrariam. Resultado: minha parente acabou tendo a desagradável surpresa de encontrar com o ex-namorado, que acompanhava o perfil de sua amiga, e portanto, sabia de seus passos. Uma discussão entre o ex e o atual namorado foi evitada pelos colegas que conseguiram conter os ânimos do rapaz, que agora, deixado no passado, tinha fortes características de um “stalker”[6].

Vemos que há perigos bem reais do uso inconsciente deste tipo de aplicativo das redes sociais: riscos de ser furtado, excesso de exposição, reflexos negativos na vida corporativa e complicações na vida pessoal.

Uma pesquisa reproduzida pelo jornal “O Estado de São Paulo”, realizada pela empresa internacional TNS, relata que os internautas já estão passando mais tempo online nas redes sociais do que lendo e respondendo e-mails (gastam em media 3,1 horas semanais em redes sociais, contra 2,2 horas semanais com e-mails)[7].

O fato de passarem muito tempo online, e sendo a maior parte deste em redes sociais, leva os usuários a serem muito comunicativos na Internet. E o hábito de falar demais no meio virtual pode gerar alguns incidentes bem reais, com publicação de comentários e conteúdos indevidos, publicação de fotos e vídeos constrangedores, etc.

Como exemplos dessa conduta, podemos citar alguns episódios: 1) ex-diretor de renomada empresa na área de hospedagem de sites, durante um jogo de futebol publicou mensagens de baixo calão, contra o time patrocinado pela própria instituição. Tal fato gerou graves problemas com a imagem da empresa, causando um incidente institucional. A empresa tentou minimizar os danos, publicando nota à imprensa, porém, acabou demitindo o funcionário. 2) uma jornalista brasileira, ao escrever artigo em jornal de grande circulação, emitindo sua opinião sobre questões de tema eleitoral, acabou gerando tanta repercussão nas redes sociais, que foi demitida pelo próprio jornal. 3) jogadores brasileiros, que após uma partida, transmitiram vídeo através do Twitter, em que tratavam os torcedores do próprio time de modo ofensivo. A conduta imatura gerou problemas com a diretoria do clube, que teve que se posicionar diante da crise instalada.

Tais atitudes são vistas diariamente, praticadas não somente por jovens e adolescentes, mas também por profissionais adultos, que não imaginam a repercussão que podem causar, e os problemas que poderão gerar, abalando sua vida pessoal e profissional.

Nessa questão, chamamos a atenção dos profissionais da área de Segurança da Informação (SI) e executivos do segmento de Tecnologia da Informação (TI), que por estarem muito familiarizados à esse tipo de tecnologia, encaram tais ferramentas de modo natural e acabam publicando conteúdo que não condiz com suas posições profissionais.

Talvez, alguns imaginem que por dominarem as questões de segurança, nunca serão vítimas desses incidentes. A mídia mostra que a maioria destes profissionais de liderança tendem a se mostrarem desatentos para questões de segurança e convictos de estarem protegidos[8].

Nós, que lidamos com SI, precisamos ser ainda mais alertas. Se somos responsáveis por mantermos a confidencialidade das informações de uma empresa, também devemos ter esse comportamento em nossa vida pessoal.

É importante sempre lembrarmos que:

– As ameaças não escolhem lado;

– Os golpes virtuais não conferem os crachás antes de se configurarem;

– Os criminosos virtuais também são reais, e estão de olho em pessoas com posições de liderança nas empresas, e também naquelas que demonstram maior status social e financeiro;

– A sua lista de amigos nas redes sociais pode incluir também seus colegas de trabalho, seu chefe e seus clientes. Portanto, cautela com o que diz por aí.

Somos responsáveis por mantermos a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações em nossas empresas.

Em nossa vida particular, também devemos ter o mesmo cuidado, porém, as informações não devem estar totalmente disponíveis.

Fonte: https://www.tiespecialistas.com.br/2010/11/redes-sociais-e-seguranca-da-informacao-2/

 

Dados os conceitos acima, redija um texto dissertativo-argumentativo em prosa, de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa e envie-nos para correção.

Boa sorte!