INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "Os desafios da subnutrição e da má distribuição de alimentos no Brasil"

 

Texto I

 

A escassez de alimentos é um problema que atinge um número elevado de cidadãos em todo o mundo. As causas dessa falta de alimentos são as mais variadas possíveis. Em algumas regiões, as causas naturais agravam a situação, mas essencialmente a desigualdade é causada pelo próprio ser humano, com sua concentração de riqueza desigual . Atualmente, mesmo com os avanços tecnológicos e sociais, milhões de pessoas ainda sofrem com esse problema no nosso país.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar os fatores que contribuem para esse mal. Um deles é o crescimento econômico, insuficiente para acabar com a pobreza no Brasil. Isso acontece, principalmente, devido à concentração de renda, que faz com que se perpetue a desigualdade social, que muitas vezes tem como consequência a fome e a miséria.

Além disso, devemos destacar a instabilidade política, a má administração dos recursos públicos e a injusta estrutura fundiária, que impossibilitam o acesso dos trabalhadores aos meios de produção e concentram as terras nas mãos de poucos. Ademais, as próprias causas naturais, como clima, desastres ambientais, pragas e inundações, são responsáveis por acentuar o problema da fome no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, apesar de não serem tão expressivas quanto a ação humana.

Qualquer tentativa, minimamente séria, de atacar os problemas da fome e da pobreza deve considerar as suas mais profundas causas. Esse diagnóstico aponta, necessariamente, para a urgência de um amplo processo de redistribuição da riqueza nacional, e essa não é, evidentemente, uma tarefa que possa ser deixada para o mercado. Ao contrário, a experiência internacional mostra que só se resolve o problema com a ação firme e planejada do Estado. As políticas públicas de combate à fome e pobreza não devem, portanto, se restringir a compensar os efeitos de um modelo econômico concentrador. Deve-se romper com a artificial separação das áreas econômica e social.

Fica claro, portanto, que as políticas de promoção da segurança alimentar devem ser pensadas como parte de um projeto alternativo de desenvolvimento, que tenha como eixo central a promoção de um crescente processo de inclusão social. Então, o Governo deve repensar projetos sociais a curto prazo, reformulando antigas iniciativas, como o Fome Zero e o Bolsa Família, além de, a longo prazo, pensar em outras maneiras de distribuição de renda e reforma agrária.

Quanto à sociedade, cabe a solidariedade, principalmente por meio de campanhas de doações, em parceria com a mídia e com as inúmeras ONGs espalhadas pelo País. Só assim acabaremos com um problema que, ainda no século XXI, mata pessoas diariamente.

Gostou do nosso modelo de redação sobre a fome no Brasil? Então aproveite para saber mais sobre a temática, mas agora tendo em vista a má distribuição dos alimentos e um outro grave problema, o aumento da obesidade.

 

Fonte: https://descomplica.com.br/artigo/modelo-de-redacao-fome-no-brasil-and8211-como-enfrentar-esse-problema/47F/

 

Texto II

 

A produção nacional de alimentos é suficiente para os mais de 204 milhões de brasileiros, mas a desigualdade de renda e o desperdício ainda fazem com que 7,2 milhões de pessoas sejam afetadas pelo problema da fome no país, revela estudo conduzido pelo professor Danilo Rolim Dias de Aguiar, pesquisador do Departamento de Economia do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos.

“Temos uma concentração de renda muito grande. Se, por um lado, temos pessoas passando fome, por outro, temos o problema da obesidade, que é cada vez maior. Haveria, então, um problema ligado à renda e à educação, que estaria dificultando o acesso aos alimentos. Aí também entra a questão das perdas”, disse Aguiar.

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No estudo, Aguiar analisa também o volume de produtos exportados pelo Brasil. Para o professor, o volume de alimentos exportados poderia, por exemplo, alimentar duas vezes toda a população brasileira. Quando se transforma o total que é vendido para o exterior em calorias, percebe-se que a quantidade seria suficiente para alimentar quase 700 milhões de pessoas.

O pesquisador classifica de "cruel" essa situação em que "as pessoas de baixa renda acabam concorrendo com os animais, porque aquilo que poderia ser utilizado para alimentação humana vai para a alimentação animal, pois as pessoas de maior renda querem cada vez mais consumir carne. Como resultado disso, o preço dos produtos básicos sobe, porque há pouco, e fica cada vez mais difícil o acesso por parte dos pobres”.

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Para Aguiar, políticas públicas são necessárias para diminuir o consumo de carne. Ele destacou que o crescimento do consumo da carne é acompanhado pelo aumento da crise ambiental, já que, por exemplo, a produção da carne bovina é responsável por 10% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera e é o principal emissor do agronegócio.

Aguiar alertou, no entanto, que essas políticas precisam ser articuladas mundialmente. "Temos que entrar com políticas, mas articuladas em termos mundiais. Não dá para o Brasil tomar uma decisão unilateral, de não querer produzir tanta carne, se o mundo inteiro quer comprar carne. Tem que haver uma articulação maior para que se atinjam esses objetivos. E uma coisa que vai ajudar muito é a educação. Cerca de 99% das pessoas não têm noção se aquilo que elas estão comendo tem algum impacto ambiental.”

 

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-07/producao-de-alimentos-e-suficiente-mas-ainda-ha-fome-no-pais-diz