INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "A bondade é uma característica inata ou precisa ser ensinada"

 

Texto I

 

Uma discussão bem antiga, mas que sempre “vem à tona” é aquela que discute se “o homem nasce bom e a sociedade que o corrompe” ou se “o homem nasce mau e a sociedade que o torna bom”.

Dentre os estudiosos que levantaram tal questão estão Rousseau e Hobbes; ambos defendo uma perspectiva distinta. Grosso modo, Rousseau defendia que os homens nascem bons, mas em contato com a sociedade que é má, tornam-se igualmente maus. Essa perspectiva dialoga bem com a visão cristã, onde as crianças seriam tidas como puras e tornam-se pecadoras à medida que começam a perceber os males do mundo, os quais as envolvem. Por outro lado, Hobbes defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. Para Hobbes, a sociedade tem o papel de educá-lo, de humanizá-lo, de torná-lo sociável.

A essa altura você, leitor, já deve ter pensado em concordar com uma das duas perspectivas, assim como deve estar esperando um posicionamento do autor desse texto em relação a um dos dois lados, o que não vai acontecer; isso por ter uma terceira perspectiva a respeito dessa problemática, a qual quero compartilhar com você.

O homem não nasce nem bom, nem mau. Nascemos em uma sociedade marcada por regras historicamente construídas, inclusive definidora do que é bom ou ruim. Quando nascemos somos moldados de acordo com tais regras. A metáfora da “folha em branco” nos ajudará a pensar essa perspectiva.

Nascemos como “uma folha em branco”. Não temos história, apenas nossos instintos. Ao longo da vida vamos passando por experiências sociais, como se fossemos amassados. Isso seria as nossas experiências sociais. Por mais que buscamos desamassar uma folha, permanecerá nela marcas, umas mais profundas, outras menos.

Assim são nossas experiências sociais; a “vida” nos marca e são essas marcas que ficam registradas em nosso consciente e subconsciente, as quais nos propiciam predisposições para nossas ações. O fato é que, a folha inicialmente é lisa e só depois de amassada possuirá marcas, sejam elas feias ou bonitas; isso quem vai julgar é o “medidor” social que varia de sociedade para sociedade, assim como de tempo em tempo. Desta forma, acredito que a classificação bom ou mau não está ligado ao homem, mas a ideia de mau e bom que cada sociedade possui.

 

Fonte: BODART, Cristiano das Neves. O homem nasce bom e a sociedade o corrompe ou o contrário?. Blog Café com Sociologia, Maceió/AL, p.1-6, ago. 2020. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/o-homem-nasce-bom-e-sociedade-o/>

 

Texto II

 

Gentileza, Bondade, Compaixão – Qualidades Inatas que Precisamos Treinar para não Esquecermos

 

Richard Davidson, PhD em neuropsicologia e pesquisador na área de neurociência afetiva, demonstrou que é possível treinar nosso cérebro para a bondade e a compaixão, com enormes benefícios para nós próprios e, consequentemente, para toda a humanidade.

Uma entrevista do cientista publicada no La Vanguardia nos diz que o básico para se ter um cérebro saudável é a bondade e, esse estado pode ser resultante de treinamento, através da meditação. A história dessa pesquisa começa quando Davidson pesquisava os mecanismos cerebrais que acontecem nas situações de ansiedade e depressão e cruzou seus passos com a necessidade de aprender a meditar e treinar sua mente – viajou para a Índia, se enfronhou no Budismo, conheceu o Dalai Lama e, como ele diz:

“Descobri que uma mente calma pode produzir bem-estar em qualquer tipo de situação. E quando me dediquei a investigar, por meio da neurociência, quais são as bases para as emoções, fiquei surpreso de ver como as estruturas do cérebro podem mudar em tão somente duas horas”.

Segundo Davidson constatou por exames laboratoriais realizados em meditadores, as alterações atingem, inclusive, a expressão genética do indivíduo que a prática.

Conversar com o Dalai Lama, a quem conheceu pessoalmente em 1992, foi decisivo para a mudança de rumo de quais parâmetros deveríamos pesquisar – abriu seu campo para avaliar, no cérebro, as alterações produzidas pelo cultivo da gentileza, da ternura, da compaixão.

[...]

 

Na entrevista, Davidson afirma que: “Uma das coisas mais importantes que descobri sobre a gentileza e a ternura é que se pode treiná-las em qualquer idade. Os estudos nos dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes, melhora os resultados acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles.”

Esse treinamento, com crianças e jovens, é importante para a redução substancial do bullying nas escolas. Mas, o desenvolvimento da compaixão ativa também a capacidade de se agir para aliviar o sofrimento.

 

Fonte: https://www.greenmebrasil.com/viver/segredos-para-ser-feliz/5449-gentileza-bondade-compaixao-treinamento/