INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "As manifestações populares no Brasil como ferramenta de mudança social"
 
Texto I

 

Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. Em geral, o grito levantado pelos movimentos sociais representa a voz de pessoas excluídas do processo democrático, que buscam ocupar os espaços de direito na sociedade.

Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na sociedade de direitos. Os primeiros movimentos sociais visavam resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito ao voto. Hoje, os movimentos sociais baseiam-se, em grande parte, nas pautas identitárias que representam categorias como gênero, raça e orientação sexual.

[...]

 

Um exemplo de localidade da luta social ocorre no Brasil com movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido como Movimento dos Sem-Terra). O Brasil é um país que, ao contrário dos países desenvolvidos, nunca produziu uma eficaz reforma agrária.

O número de pessoas que não têm acesso à terra para o trabalho rural ou não têm o seu direito à moradia garantido é gigantesco, o que torna a pauta desses movimentos uma questão emergente por aqui. Nesse sentido, tendo em vista as demandas específicas de nosso país, criaram-se movimentos organizados para lutar-se pelas demandas que nosso povo enfrenta.

 

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/movimentos-sociais-breve-definicao.htm

 

Texto II

 

Durante a história do Brasil diversos movimentos sociais aconteceram, para reivindicar algum tema levantado pela sociedade ou até mesmo para apoiar causas em prol da democracia.  Neste texto apresentaremos três movimentos sociais: O Diretas Já, O Movimento dos Caras Pintadas e as Jornadas de Junho de 2013.

Essas manifestações  se deram em diferentes períodos, mas com semelhanças em seus objetivos essenciais como: o exercício da cidadania; expressão democrática e a busca por direitos e deveres sociais.

Diretas Já (1983 - 1984)

No início dos anos 80 a população brasileira dava sinais de insatisfação com o regime militar por conta dos problemas que perpassavam o Brasil, como o aumento da inflação, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o avanço do desemprego. Vale lembrar que desde o início do regime, o país não havia realizado eleições diretas para presidente.

Em meio a isso, no dia 2 de março de 1983, o Deputado Dante de Oliveira (PMDB) sugeriu uma emenda constitucional que previa eleições diretas e o voto secreto com um mandato de cinco anos aos eleitos. Essa emenda se restringia apenas para eleições ao presidencialismo. Caso fosse aprovada, a eleição poderia acontecer em 1985.  A emenda, contudo, dependia de apoio dos demais deputados do Congresso para, de fato, se efetivar. Intitulada de “Dante de Oliveira”, motivou o momento popular conhecido como ” Diretas Já”.

Durante o ano de 1983 e o início de 1984 houveram manifestações de rua a favor da emenda Dante de Oliveira. Os protestos receberam apoio da sociedade civil, políticos, artistas e intelectuais. Em São Paulo, na região da Praça da Sé, 300 mil pessoas compareceram às manifestações em janeiro de 1984. A partir daí, os movimentos tomaram proporções expressivas. No Rio de Janeiro, cerca de 1 milhão de cidadãos se mobilizaramno dia 10 de abril de 84. Uma semana depois, cerca de 1,7 milhões de pessoas se juntaram a favor do voto direto, novamente na Praça da Sé.

Movimento Caras Pintadas (1992)

Durante o governo do ex-Presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), a economia do Brasil estava saturada, o país passava por um período que ficou conhecida como “década perdida” que resultou em desemprego, alto índice de hiperinflação entre outros. Diante de desafios econômicos, o governo Collor decidiu criar medidas a fim de restabelecer a economia, sintetizadas no chamado “Plano Collor”, que foi coordenado pela ex-Ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo.

 

As medidas adotadas por esse plano geraram um clima de insatisfação popular, em meio à inflação, desemprego e falência de empresas devido à concorrência estrangeira (por conta da abertura do mercado) pelos quais o país passava.

Além disso, um outro evento foi importante para que os movimentos acontecessem: um episódio de corrupção envolvendo Collor, que ficou conhecido como “esquema Collor”. A corrupção foi relatada pelo irmão do presidente, Pedro Collor, no dia 24 de maio de 1992, por conta de problemas familiares. Em entrevista à Revista Veja, o irmão de Collor denunciou um esquema de corrupção do ex-presidente que envolvia um crime eleitoral, desvios de verbas públicas, conta bancária fantasma, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Diante das acusações, cerca de 10 mil pessoas reuniram-se na manifestação no dia 11 de agosto de 1992, em frente ao Museu da Arte de São Paulo (Masp). O protesto havia sido liderado por Luís Inácio Lula da Silva (sindicalista do período) e pelo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Jornada de Junho (2013)

O mês de junho de 2013 foi marcado por intensos protestos nas cidades do Brasil. As manifestações nesse período são conhecidas por muitos nomes, entre eles, Manifestação dos 20 centavos, Jornadas de Junho ou Manifestação de Junho. Inicialmente, os protestos tiveram início em Porto Alegre começando como um ato local contra o aumento de tarifas no transporte público Logo, isso se tornou uma “onda de revoltas” que se espalhou pelo Brasil.

As manifestações foram lideradas pelo Movimento Passe Livre (MPL). A população estava descontente com o governo daquele período e protestavam contra os  problemas sociais, corrupção, qualidade dos serviços públicos, entre diversos outros temas.

As mídias sociais e a internet foram utilizadas para organizar os protestos nas cidades.  As intensificações das manifestações resultaram na participação não só de trabalhadores e estudantes, mas também de grande parte da população, uma vez que a pauta do movimento, foram tomando outras proporções ligadas aos problemas da sociedade, como a corrupção, problemas em hospitais, educação, gastos com a Copa do Mundo, justiça, segurança pública etc.

 

Fonte: https://www.politize.com.br/movimentos-sociais-do-brasil/