O atual mercado de trabalho é bem diferente daquele vivenciado por nossos pais e avós. Existem vários caminhos já pavimentados para quem sai da faculdade agora: além de trabalhar em multinacionais, no setor público e em outras áreas tradicionais, jovens podem se tornar empreendedores ou atuar em startups e outras empresas de tecnologia. Houve, nos últimos anos, abertura de espaços para novos empreendimentos com foco em projetos inovadores. E, em um contexto de crise econômica e de aumento do desemprego, o setor de startups e de empreendimentos inovadores continua a apresentar crescimento, sendo capaz de gerar postos de trabalhos qualificados. Falta, porém, capacitação técnica para alavancar ainda mais o setor e para estimular a cultura empreendedora.
De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a maioria dos policy makers e acadêmicos concordam que o empreendedorismo é uma força essencial para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade. Empreendedores geram empregos, além de modelarem a inovação e acelerarem mudanças estruturais na economia. Empreendedores também contribuem para aumentar a produtividade de um país, o que é um catalisador para o crescimento da economia e da competitividade.
O movimento de empreendedorismo inovador no Brasil tem mais de três décadas e já colheu resultados significativos ao longo desse período. Segundo levantamento realizado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em 2011 o Brasil contava com 384 incubadoras de empresas que abrigavam um total de 2.640 companhias. Essas empresas empregavam mais de 16 mil pessoas e registraram faturamento superior a 530 milhões de reais. Vale recordar que as incubadoras brasileiras já tinham graduado 2.509 empresas, as quais respondiam por mais de 29.000 empregos e obtinham faturamento acima dos quatro bilhões de reais. Por terem um tamanho menor, esses empreendimentos têm como vantagem a flexibilidade para apostarem no desenvolvimento de inovações, muito diferente da rigidez hierárquica das grandes empresas. Podem, portanto, vir a servir como difusores de conhecimento e tecnologia ao longo da estrutura produtiva.
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Fonte: https://feed.itsrio.org/empreendedorismo-e-inovacao-para-superar-o-desemprego-em-tempos-de-crise
Abrir o próprio negócio está entre os principais sonhos do brasileiro. Segundo o último relatório anual do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgado em 2020 com dados de 2019 e realizado no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), empreender ocupa o quarto lugar na lista de desejos, atrás apenas de comprar um carro, viajar pelo Brasil e ter a casa própria. Os efeitos da pandemia do novo coronavírus, no entanto, que atingiram em cheio os pequenos negócios e já tiraram o trabalho de milhares de brasileiros, prometem deixar um legado complicado para a nova geração de empreendedores no País.
De 2008 a 2019, o número de brasileiros de 18 a 64 anos que tinham um negócio ou estavam envolvidos na criação de um pulou de 14,6 milhões para 53,4 milhões. Entre empreendedores em estágio inicial – incluindo as startups, lado mais efervescente desse fenômeno, que ganhou tração nos últimos tempos com políticas de incentivo e criação de disciplinas de empreendedorismo em cursos de graduação e pós-graduação -, o relatório aponta que 26,2% resolveram abrir um negócio para “ganhar a vida porque os empregos são escassos”, enquanto 1,6% tomou a decisão para “fazer a diferença no mundo”.
Para especialistas, o primeiro efeito da crise, dado o aumento do desemprego e a perspectiva de uma retração severa da economia brasileira, se dá na motivação do empreendedorismo. Dados do GEM apontam que, dos 55 países analisados, o Brasil está entre os dez primeiros onde a falta de emprego é mais levada em conta para abrir um negócio.
Será que o sonho de empreender se tornará um pesadelo? A inexistência de fluxo de caixa, a distância do cliente e as projeções nada animadoras de retomada da economia, que podem levar esta a ser a pior década na história do País, colocam em xeque o ecossistema empreendedor.