INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "Desafios para a vacinação do Brasil no século XXI"

 

Texto I

 

O dia 26 de fevereiro de 1998 marcou o início de uma desconfiança internacional sobre vacinas que reverbera até hoje, quase 20 anos depois.

Foi naquele dia, em Londres, que o médico Andrew Wakefield apresentou uma pesquisa preliminar, publicada na conceituada revista Lancet, descrevendo 12 crianças que desenvolveram comportamentos autistas e inflamação intestinal grave. Em comum, dizia o estudo, as crianças tinham vestígios do vírus do sarampo no corpo.

Wakefield e seus colegas de estudo levantaram a possibilidade de um "vínculo causal" desses problemas com a vacina MMR, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba e que havia sido aplicada em 11 das crianças estudadas. Wakefield reconhecia que se tratava apenas de uma hipótese de que as vacinas poderiam causar problemas gastrointestinais, os quais levariam a uma inflamação no cérebro - e talvez ao autismo. Foi o suficiente, porém, para que índices de vacinação de MMR começassem a cair no Reino Unido e, mais tarde, ao redor do mundo.

No Brasil, alguns pais se reúnem em grupos de Facebook e WhatsApp para discutir seus temores em relação às imunizações. As preocupações vão de efeitos colaterais das injeções à segurança das doses; de possíveis benefícios à indústria farmacêutica ao medo de que as vacinas múltiplas exponham os bebês a uma carga excessiva de substâncias.

No Brasil, estudiosos têm observado na última década um movimento, sobretudo nas classes A e B, de pais que evitam vacinar seus filhos. "Pelos dados que temos, são pessoas que têm acesso a informação e levantam a associação entre a vacinação e algumas patologias, apesar de muitos estudos comprovarem que essa relação não existe", diz à BBC Brasil José Cássio de Moraes, especialista em imunização e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

Fonte: https://www.bbc.com/. Adaptado.

 

Texto II

 

Quais são os desafios que o Brasil enfrentará para vacinar a população?

A epidemia da desinformação é o maior deles. Nós já sabemos fazer campanhas de vacinação; temos um histórico desde a década de 1970 com o nosso Programa Nacional de Imunização (PNI). Ele é um exemplo no mundo em razão da capilaridade. Vacinamos as populações ribeirinhas e indígenas, alcançamos os lugares mais remotos do país.

Desde 2016, entretanto, observamos no mundo o crescimento do movimento anti-vacina, que começou a penetrar no Brasil antes da pandemia, em meados de 2018. Há queda na cobertura vacinal nos últimos anos. O sarampo, por exemplo, deveria estar em 95%, mas alcançou somente 70%. A vacina contra a Covid-19 chega nesse cenário, que é inflado quando a autoridade máxima do país profere frases injustificáveis sobre o tema.

Há uma anticampanha em curso, com mensagens também no não dito, como reuniões de autoridades sem máscara. São signos que confundem a população. Além disso, ainda que apresentado um caminho, ele demonstra falhas, como a falta de seringas e agulhas. Estamos entrando num plano de vacinação com os insumos fundamentais ainda em negociação. Elas deveriam ter sido encomendadas já nas fases anteriores dos estudos. Alguns estados brasileiros se mobilizaram e garantiram as suas, caso do Espírito Santo, que encerrou as compras em setembro, mas o ideal é que esse tipo de negociação seja conduzida pelo governo federal para que se pratiquem preços melhores.

Um dos argumentos de quem se recusa a tomar a vacina é de que ela foi feita às pressas. O medo se justifica?

Conhecemos as vacinas há 224 anos. Não há nada feito às pressas. Em 2001, um outro tipo de coronavírus começou a se disseminar e matar. Era a epidemia de SARS. À época, vários grupos no mundo iniciaram estudos sobre os coronavírus e uma vacina foi desenvolvida. Mais tarde tivemos a MERS, também de um coronavírus.

Já em 2018, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta para que a comunidade científica ficasse atenta aos coronavírus, porque eles mostravam adaptações à espécie humana e poderiam trazer problemas. Esses três episódios demonstram que já se estuda isso há um tempo. A plataforma da imunização existia e então foram feitas as modificações necessárias para o vírus em voga. Já sobre o desenvolvimento, vale lembrar que é preciso que as pessoas entrem em contato com o vírus durante os testes. Só que não causamos essa exposição propositalmente, não seria ético. Quando se está pesquisando numa pandemia, há um cenário favorável, ou seja, com mais chances do voluntário ter contato com o vírus durante os estudos clínicos.

 

Fonte: https://redetb.org.br/. Adaptado.

 

Texto III

 

VACINAS - Jornal da Economia

 

Fonte: https://jeonline.com.br/