INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "Os perigos da obsolescência programada"

 

Texto I

 

Você já ouviu seus pais ou avós falando que "antigamente, as coisas duravam muito mais"? Pois isso não é somente uma impressão que as gerações mais maduras têm dos eletrodomésticos e eletrônicos da atualidade: os aparelhos de hoje são fabricados com componentes que têm uma espécie de data de validade reduzida.

É isso mesmo: fabricantes projetam aparelhos que quebrarão rapidamente, ou, ao menos, passarão a funcionar com menos eficiência depois de um tempo, tudo para que você precise comprar outro logo mais. E, apesar de ser algo observado nos tempos mais recentes, em 1928 uma revista direcionada ao setor publicitário publicou um texto dizendo que "um artigo que não estraga é uma tragédia para os negócios".

Não por coincidência, essa ideia começou a criar força justamente na época da Grande Depressão dos Estados Unidos, que enfrentou uma das maiores crises econômicas da história nesse período. As empresas começaram a decidir fabricar produtos com menor qualidade, que durariam menos tempo, a fim de fazer os clientes comprarem novos itens com mais frequência e, assim, agitar a economia. Mas, ainda que essa crise tenha sido superada nas décadas posteriores, esse pensamento se aliou ao capitalismo desenfreado e, cada vez mais, produtos programados para estragar começaram a chegar às prateleiras.

Além de forçar a população a comprar cada vez mais, a obsolescência programada causa um outro problema: o acúmulo de lixo eletrônico. Anualmente, cerca de 215 mil toneladas de aparelhos eletrônicos provenientes dos Estados Unidos e da Europa são despejados em Gana, sendo que, na região de Agbogbloshie, 129 mil toneladas de resíduos são acumulados todos os anos, fazendo com que essa região ficasse conhecida como "o lixão do mundo".

 

Fonte: https://canaltech.com.br/. Adaptado.

 

Texto II

A produção de lixo e o consequente impacto ambiental causados pela obsolescência programada preocupam cada vez mais os defensores do meio ambiente. O lixo eletrônico, considerado especialmente prejudicial, contém metais pesados que prolongam o seu processo de decomposição. O professor Nelson Costa Fossatti, citando Schumpeter, afirma que “os impactos que resultam desta destruição, além de apresentar uma produção de tecnologia obsoleta, oferecem risco, isto é, um lixo que pode contaminar o meio ambiente causando danos irreparáveis”. 

Para Fossatti, uma das melhores formas de descarte desse material seria a prática de “logística reversa”. Segundo essa lógica, os produtos seriam “reencaminhados aos fabricantes, de forma que os mesmos se responsabilizem pela sua guarda, conforme propõe a resolução do CONAMA 257/99, a qual especifica o tratamento que deve ser dado aos elementos nocivos à saúde”, desde componentes eletrônicos, até eletrodomésticos e móveis jogados nas ruas, lixões e córregos.

Embora muitas empresas venham apresentando a sustentabilidade como discurso, são poucas aquelas que fazem mudanças efetivas em sua gestão e modelo de negócios. A falta de responsabilidade social estimula o consumismo, a obsolescência programada e o desperdício de matérias-primas, o que levas as organizações a acreditar que o paradigma que devem seguir é somente o crescimento e elevação de lucros.

 

Fonte: https://www.rrpponline.com.br/. Adaptado.

 

Texto III

Efeitos da obsolência programada no Brasil - ProEnem

Em toneladas

 

Fonte: https://www.proenem.com.br/