INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?"

 

Texto I

 

A violência no Brasil é um problema sistêmico que nos acompanha desde os tempos de colonização. Quando os portugueses chegaram às terras brasileiras, já houve uma apropriação indevida das terras que pertenciam aos índios e uma imposição violenta da cultura europeia branca sobre a cultura indígena. Com a escravização de povos africanos, essa imposição cultural violenta continuou e ficou ainda mais intensa.

A imposição cultural forçada é, em si, uma forma de violência, pois ela gera a anulação forçada da individualidade do outro, da realidade do outro, da religião do outro e da cultura do outro. Ademais, essa imposição forçada de uma cultura dominante gera uma sociedade violenta. Na medida em que há exclusão de um grupo étnico, esse grupo, que tende a não ter acesso aos mesmos serviços que o grupo dominante, que cresce na miséria, sem expectativa de crescimento, tende também a reproduzir a violência que lhe foi imposta pela exclusão desde criança.

O sistema econômico brasileiro sempre foi excludente. Em nossa formação, a exclusão começou com a forma como os colonos tomaram e apropriaram-se das terras indígenas, mantendo-se como donos legítimos em um sistema excludente. Ainda hoje, a exclusão social e o acesso aos bens mantêm-se, sendo essa exclusão o maior problema causador da violência.

 

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/

 

Texto II

 

A repercussão dos casos de violência no Brasil ultrapassou as fronteiras nacionais. O relatório da organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch, chamou a atenção do mundo para a insegurança pública no País. No documento, há destaques para a Venezuela, como um exemplo extremo de crise humanitária e de desrespeito à democracia na América Latina, e para o Brasil, criticado pela ausência de soluções aos seus desafios nos campos da prevenção e do combate à violência.

A situação detalhada no Atlas da Violência 2017, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), corrobora o quadro desenhado pela Human Rights Watch. Pelo estudo, que analisou a evolução dos homicídios no Brasil entre 2005 e 2015 a partir de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, aconteceram 59.080 homicídios no País em 2015. Pelos números, a metade dos homicídios aconteceu em 2% dos municípios (111), cuja soma das populações representa 19,2% dos brasileiros.

Homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País. De acordo com o trabalho, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, e a morte de pessoas do sexo masculino, com idade entre 15 e 29 anos, representa 47,85% do total de óbitos registrados no período estudado.

O painel apresentado por organizações reconhecidas internacionalmente ganha contornos trágicos em situações descritas pelo noticiário, onde mortes violentas – muitas delas de crianças e adolescentes vítimas de balas perdidas – ocupam na mídia espaço cada vez maior, e os indicadores de morbimortalidade ajudam a delinear a estreita relação entre violência e saúde da população.

No Brasil, jovens perdem a vida de forma inesperada, e as mortes violentas influenciam o índice de expectativa de vida, em especial dos homens. Afinal, em suas múltiplas expressões, esse fenômeno é, atualmente, a terceira maior causa de mortes no País, sendo superada apenas pelos números de óbitos decorrentes de doenças cardiovasculares e do câncer.

Impossível dissociar violência e suas consequências das ações de políticas públicas de saúde, com milhares de vítimas nos serviços de urgência e emergência – 1.107 unidades de pronto atendimento (UPAs) e 453 prontos-socorros – distribuídos pelos estados.

 

Fonte: https://www.sindmepa.org.br/. Adaptado.

 

Texto III

A violência no Brasil tem cara, cor e endereço -

Fonte: https://www.comciencia.br/