INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "A questão dos povos indígenas no Brasil contemporâneo"

 

Texto I

 

Os povos indígenas, que exploraram durante séculos os diversos biomas do planeta, têm muito a ensinar sobre uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza.

No Brasil, após mais de quatro séculos de expropriação, tortura e escorraçamento, esse povo alcançou o direito de habitar áreas demarcadas e protegidas por lei, por meio de revoltas indígenas no período colonial. Assim, hoje temos as chamadas Terras ou Reservas Indígenas.

Para o índio, a terra onde ele mora é mais do que simplesmente um meio de subsistência ou recurso natural. Ela, de fato, representa um recurso sociocultural, sendo necessária para o suporte da sua cultura e modo de vida. É por esse motivo que a Constituição Federal, no artigo 231, coloca tais reservas como Bens da União, ou seja, essas terras são inalienáveis e intransferíveis, além de serem de uso exclusivo dessa etnia.

O assunto relacionado à devastação da floresta amazônica não é recente, mas ultimamente um grande problema vem se agravando pela incorporação de terras indígenas para a agricultura.

Não é à toa que manifestações compostas por índios estão ficando cada vez mais comuns em Brasília. Trata-se de um reflexo, após uma série de manobras realizadas pelo governo, que prejudica diretamente seus direitos e interesses. Tudo isso porque existem diversos projetos circulando no legislativo que afetam os povos indígenas no Brasil e sua cultura. Dentre eles, o mais famoso é a PEC 215, que modifica as regras para demarcar suas terras. Essa proposta já foi aceita pela Comissão Especial e segue para ser votada no Plenário da Câmara.

A principal característica dessa Emenda à Constituição é a transferência do poder de demarcação das terras indígenas do Executivo para o Congresso Nacional. Ela também realiza a ratificação das demarcações que já foram homologadas.

 

Fonte: https://www.stoodi.com.br/. Adaptado.

 

Texto II

 

Em setembro, os índios já tinham encontrado acampamentos, espingardas e várias pilhas de madeira em uma área a 30 quilômetros da aldeia. O Ibama, em parceria com a Polícia Federal e a Funai, foi até a região e aplicou cerca de R$ 10 milhões em multas.

"A nossa área preservada tem muito fundamento para a questão indígena, porque sem a área preservada nós não temos como mostra a nossa cultura", declara Edinaldo Tembé, cacique Tembé.

A grilagem de terra, o desmatamento, o garimpo ilegal e a contaminação dos rios estão entre os principais problemas apontados no relatório sobre violência e invasões nas terras indígenas do Cimi, fundado há 47 anos e ligado à Igreja Católica.

Segundo o levantamento, em 2017 foram 96 invasões em terras indígenas. Em 2018, o número subiu para 111 e apenas de janeiro a setembro de 2019, já foram registradas 160 invasões. Pará, Rondônia e Amazonas são os estados onde houve mais invasões no ano passado.

Uma das áreas citadas no relatório é a terra indígena Munduruku, no sudoeste do Pará. De acordo com o Cimi, existem mais de 500 garimpos ilegais na região, desmatando e poluindo os rios da bacia do Tapajós.

 

Fonte: https://g1.globo.com/. Adaptado.