INSTRUÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: "Como incluir o hábito da leitura no âmbito social?"

 

Texto I

 

O Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019, segundo apontou a pesquisa "Retratos da leitura no Brasil". O levantamento, feito pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural, foi realizado em 208 municípios de 26 estados entre outubro de 2019 e janeiro de 2020.

Apenas pouco mais da metade dos brasileiros tem hábitos de leitura: 52% (ou 100,1 milhões de pessoas). O resultado é 4% menor do que o registrado em 2015, quando a porcentagem de leitores no país era de 56%. A média de livros inteiros lidos em um ano se manteve estável: 4,2 livros por pessoa.

Em um recorte socioeconômico, as classes enfrentam um paradoxo: A e B têm níveis mais altos de leitura do que C, D e E, mas também tiveram as maiores quedas entre 2015 e 2019. Enquanto o número de leitores diminuiu 12% na classe A e 10% na B, a queda entre D e E foi de apenas 5% desde a última pesquisa.

Já em uma divisão por idade, a única faixa etária que teve aumento de leitores foi a de crianças entre os 5 a 10 anos. Todas as outras, incluindo adolescentes, jovens e adultos, leram menos em relação à última pesquisa. Mesmo com a queda, os pré-adolescentes de 11 a 13 compõem a faixa etária que mais lê no país: 81%.

 

outros destaques da pesquisa:

  • Machado de Assis, Monteiro Lobato e Augusto Cury foram os autores preferidos do público;
  • Entre os 15 autores mais citados, há apenas quatro mulheres: Zibia Gasparetto, Clarice Lispector, Jk Rowling e Agatha Christie;
  • Mais da metade dos leitores lê por indicação da escola ou de professores.

 

Fonte: https://g1.globo.com/. Adaptado.

 

Texto II

 

Sabemos que ler traz muitos benefícios a quem o pratica de modo correto. A leitura desenvolve e aumenta o repertório geral, auxilia para que o indivíduo tenha senso crítico, amplia o vocabulário, estimula a criatividade e, finalmente, facilita a escrita. Mas ainda que carregue consigo um lado bom, é preciso tomar cuidado e selecionar bem o que se lê. Segundo Valdir Heitor Barzotto, professor da Faculdade de Educação (FE) da USP, vivemos em um momento em que há excesso de material disponível. “O que também pode ser prejudicial, pois uma pessoa pode ler coisas que não são, necessariamente, de uma fonte confiável. É uma novidade do tempo contemporâneo. Existe muito acesso ao texto, mas não ao conhecimento”, explica ele. A grande quantidade de informação disponível foi propiciada, principalmente, pelo avanço da tecnologia, em especial o da internet.

Além disso, outro grande problema do panorama da leitura e da escrita no País é a questão da interpretação. Alunos com 14 anos ainda têm dificuldades em identificar informações que estão tanto explícitas quanto implícitas em um texto. Este déficit transcende a disciplina de português e atinge matérias como matemática, no momento de interpretar enunciados-problema, e história, para compreender as relações entre os fatos. Nesse sentido, é importante lembrar o papel de uma educação de boa qualidade, pois é necessário, primeiramente, ultrapassar a barreira da dificuldade da leitura para que o poder de interpretação seja facilitado.

Na busca pela melhoria do incentivo à leitura e escrita no País, há três perspectivas para as quais devemos tornar os nossos olhares: o governo, a escola e o próprio lar. Esses três constituem os principais pilares e não acontecem separadamente. 

 

Fonte: https://www5.usp.br/

 

Texto III

 

Assegurar o acesso aos livros é apontado como condição para criação do hábito de leitura. As bibliotecas escolares desempenham aí papel importante, pois se destacam como principal meio de acesso gratuito ao livro, segundo a pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, divulgada em 2016. Entretanto, é um equipamento presente em apenas 36% dos estabelecimentos escolares; se restringirmos à rede pública, o percentual é ainda menor: 31%.O dado revela que estamos longe de cumprir o que preconiza a lei 12.244, de 2010, que determina que todas as instituições de ensino, de todos os níveis, públicas ou privadas, devem dispor de uma biblioteca. O prazo máximo para universalização expira em 2020.Vale ressaltar, no entanto, que a existência da biblioteca por si só não garante que ela seja frequentada pelos estudantes.

O documento “Biblioteca na Escola” (2006), elaborado pela Secretaria de Educação Básica do MEC com o objetivo de discutir com professores e mediadores de leitura o papel da escola na formação de leitores competentes, traz indicações de como constituir esse espaço de leitura e compor e organizar o acervo. É importante que o local seja convidativo, acessível e que os títulos estejam organizados de modo a facilitar a sua localização. Também é fundamental que a biblioteca conte com acervo variado e atualizado, contemplando diferentes gêneros literários e públicos de diferente faixas etárias

 

Fonte: https://www.institutounibanco.org.br/