De acordo com o conhecimento adquirido ao longo de sua vida acadêmica, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: A CRISE NA VENEZUELA E O BRASIL.

 

A CRISE NA VENEZUELA

"Desde meados de 2013, a Venezuela arrasta-se em uma crise que piora a cada dia. Atualmente, o país encontra-se em uma encruzilhada, enfrentando uma crise política em razão da disputa entre Nicolás Maduro (e seu partido — Partido Socialista Unido da Venezuela) e a oposição venezuelana, que denuncia os abusos de poder cometidos pelo presidente. Além disso, existem a crise econômica, a crise humanitária e ainda o risco de uma intervenção liderada pelos Estados Unidos."

 

A crise da economia venezuelana

A crise na Venezuela está diretamente ligada com a desvalorização do petróleo no mercado internacional, o que aconteceu a partir de 2014. As reservas de petróleo foram descobertas na Venezuela no começo do século XX e, desde então, tornaram-se a principal fonte de riqueza do país sul-americano.

A Venezuela é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e, atualmente, é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo. Durante o governo chavista, todos os ganhos sociais da Venezuela foram financiados com o dinheiro que era trazido ao país por meio da venda de petróleo.

Porém, a riqueza do petróleo criou um país extremamente dependente dessa commodity (produto que tem seu valor baseado pela oferta no mercado internacional). A dependência do petróleo fez com que a Venezuela não investisse o suficiente na sua própria indústria e agricultura. Assim, o país comprava tudo o que não produzia.

O estopim da crise foi a queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional. Em junho de 2014, o preço do barril de petróleo era de US$111,87 e, em janeiro de 2015, o valor era de US$48,07. Isso teve resultado direto no PIB do país, que caiu quase 4% no ano de 2014. A queda do valor do petróleo impactou diretamente o abastecimento do mercado venezuelano, uma vez que, sem dinheiro, o governo parou de comprar itens básicos do cotidiano da população."

"Além disso, a partir de 2017, o governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, começou a impor uma série de sanções à economia venezuelana, em represália ao autoritarismo de Nicolás Maduro no comando da Venezuela. Essas sanções agravaram a situação econômica e forçaram o país a reduzir a quantidade de petróleo exportado, por exemplo. Essa redução da produção de petróleo também é fruto da má gestão da estatal venezuelana, a Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Essa atual crise econômica da Venezuela transformou-se na maior crise da história econômica do país. A redução do valor do barril do petróleo, a ineficiência do governo e as sanções americanas levaram o país à situação atual. Itens básicos, como medicamentos, alimentos e papel higiênico, não são encontrados facilmente nos supermercados, e, quando são encontrados, seus preços são exorbitantes.

A falta de alimentos levou milhares de venezuelanos a passarem fome, e dados comprovam que, em 2017, a população emagreceu, em média, 11 kg|1|. Muitas mães têm entregado seus filhos às autoridades por não terem condições de sustentá-los, e muitas famílias têm sido obrigadas a comprarem carne estragada, pois é a única a que têm acesso.

A crise da economia venezuelana pode ser mais bem entendida por meio das estatísticas:

A inflação da Venezuela em 2018 ultrapassou 1.300.000%|2|.

A pobreza extrema do país saltou de 23,6%, em 2014, para 61,2%, em 2017|3|.

Entre 2013 e 2017, o PIB do país caiu 37%, e a estimativa para 2018 é de que ele tenha caído 15% (ainda não existem dados oficiais sobre o PIB venezuelano em 2018)|4|.

O salário-mínimo atual da Venezuela corresponde atualmente a R$77|5|.

Em decorrência da crise política e econômica no país, quase três milhões de venezuelanos deixaram o país|6|.

A crise política, econômica e humanitária que atingiu a Venezuela fez com que sua população procurasse refúgio em nações vizinhas. Como recém-mencionado, quase três milhões de venezuelanos já fugiram do país desde 2015, e acredita-se que, até o fim de 2019, esse número possa alcançar a quantidade de cinco milhões de pessoas. Os dois países que mais receberam refugiados venezuelanos foram Colômbia e Peru. A entrada de refugiados venezuelanos no Brasil resultou em uma crise migratória em Roraima, estado de poucos recursos localizado no norte do país."

 

Veja mais sobre "Crise na Venezuela" em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/crise-na-venezuela.htm